terça-feira, 20 de março de 2007

Shanghai 13 [1985]



Aka: All The Professionals; The Heroic Ones From Shanghai.
Companhia: Chang Ho.
Diretor(es): Chang Cheh, Chiang Sheng, Lu Feng.
Diretor(es) de ação: Lu Feng, Ricky Cheng Tien Chi, Chiang Sheng, Lau Kar Wing, Wong Gwok Chue.
Elenco: Chiang Ming, Jimmy Wang Yu, Chen Kuan Tai, Chiang Sheng, Cheung Taai Lun, Leung Kar Yan, Lu Feng, Andy Lau, Chai Kai, Lee Chung Yat, Wang Ching, Chi Kuan Chun, David Chiang, Ricky Cheng Tien Chi, Ti Lung, Chan Sing.

Ao som de um bom Rock ‘n’ Roll à moda Led Zeppelin temos Shanghai 13, mais uma das obras primas de Chang Cheh. Não é um filme popular ao que parece, mas só pelo elenco que ele escalou já dá pra desconfiar que deve ser no mínimo legal. Sem contar o tanto de diretores de ação que esse filme tem, 5! Pra que tanto??? Pois é, apesar do baixo orçamento aplicado (boa parte do dinheiro deve ter sido destinado a pagar o cachê desse “elencozinho medíocre”) Chang Cheh conseguiu fazer uma mágica daquelas e também conseguiu o que queria: fazer um grande filme, em todos os sentidos.


Ambientado na década de 30, a trama gira em torno de um alto oficial do governo chamado Mr. Gao (Chiang Ming), que rouba um tratado de acordo arbitrário entre a China e o Japão. Ele precisa levar esses documentos até Hong Kong e lá tornar o caso público, desmascarando os agentes corruptos do governo. Ele conta com a ajuda de alguns outros patriotas, todos membros de um grupo chamado Os 13 Carrascos (The 13 Rascals). Mas infelizmente (senão não teria história né) alguns desses “carrascos” bandearam-se para o lado do inimigo e foram designados a eliminarem Mr. Gao antes que ele chegue a HK.



Com esse elenco galáctico que Chang Cheh escalou, não me resta outra alternativa a não ser descrever a participação de cada um deles. Todas as personagens da história (exceto pelo protagonista, claro) são efêmeras, ou seja: entram, fazem o que tem que fazer e saem. Ou porque simplesmente somem, ou porque morrem. Aliás, Shanghai 13 é um dos campeões no quesito mortes, mortes violentas e sangrentas.


Jimmy Wang Yu aparece logo no início só para ajudar Mr. Gao a afanar os papéis e, pra não perder o costume, já deixa um presunto pelo caminho. Logo depois vem Chen Kuan Tai e Chiang Sheng também para ajudarem o ministro. Lu Feng, como sempre, é um dos vilões e consegue capturar Mr. Gao mas Andy Lau aparece para acabar com a festa. Sobre o Andy Lau devo confessar que fiquei surpresa com o desempenho do rapaz em luta com o meu favorito Lu Feng, ele mostrou que sabe brincar, hehe.



Depois de se safar mais uma vez, Mr. Gao resolve relaxar, aliviar um pouco o stress de ser perseguido por assassinos impiedosos durante sua viajem. Atitude aleatória e sem sentido, mas enfim. Ele pára no cassino de David Chiang, mas pobre Mr. Gao, nem em meio à jogatina ele tem sossego. Chiang, também um dos patriotas, é alertado de que alguns assassinos estarão de tocaia em seu cassino para dar cabo do ministro. Como os bandidos são desconhecidos, fica um clima de suspense no ar, todos ali presentes são suspeitos até que Chi Kuan Chun e Wang Ching (o Sr. Sorriso) se revelam. Depois de tocarem o horror no recinto, em uma seqüência de lutas extraordinárias, David Chiang (com sua “encharpe” assassina) e Lee Chung Yat conseguem eliminar os inimigos. Ricky Cheng aparece logo na seqüência também pra atormentar a vida de Mr. Gao e somos transferidos para o cais do porto de Shanghai, onde teremos o espetáculo final.



Agora é a vez de Ti Lung aparecer, como o chefão dos 13 Carrascos. Amigos e inimigos se reúnem no cais e o último banho de sangue começa. Por algum motivo que não deu pra entender, Ricky Cheng se volta contra os assassinos e ajuda Ti Lung a acabar com todos eles. Depois, com a justificativa de que “dizem que você é o melhor, mas eu sou melhor do que você” Ricky Cheng intima Ti Lung pra uma luta e...enfim, assista o filme que vale a pena, principalmente se você curte um lance gore. Essa parte final é muito confusa pra mim porque a dublagem é péssima e eu não consegui entender o motivo dessa reviravolta. Ufa!


Pros fãs do Leung Kar Yan não ficarem muitos desapontados comigo, eu digo que não mencionei ele antes porque ele não tem nenhuma função na história, ele só aparece pra fazer as unhas e ser morto pelo Lu Feng. Mesma coisa o Chan Sing, que surge pra ajudar a destruir o cenário de palitos de picolé que o Chang Cheh arrumou (o detalhe “baixo orçamento” já foi mencionado?) e ser morto pelo Ti Lung.



Enfim, besteiras à parte, Shanghai 13 é quase obrigatório para os fãs da velha escola pelo seu elenco, pela sua história e principalmente pelas suas lutas. Todas incríveis, principalmente a do Leung Kar Yan (um dia espero fingir tão bem quanto ele que luto kung fu), a do David Chiang e as do Ricky Cheng (faquinhas voadoras e acrobacias). E não se deixem enganar pelas resenhas que existem por aí, afinal, julgar um filme pelo seu orçamento é covardia né?

Nota: 10!

Agora uns links do YouTube: a primeira luta é a do Leung Kar Yan vs. Lu Feng e a segunda é a do Ricky Cheng e do Ti Lung contra a galera no cais. Espero que gostem :)




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terça-feira, 6 de março de 2007

House Of Traps [1982]



Aka: Shaolin House Of Traps
Companhia: Shaw Brothers
Direção: Chang Cheh
Diretor(es) de ação: Lu Feng, Chiang Sheng, Kuo Chui, Chu Ko
Elenco: Lu Feng, Kuo Chui, Wong Lik, Sun Chien, Ricky Cheng, Chiang Sheng, Chin Siu Ho, Lung Tien Hsiang, Ngaai Fei, Chu Ko, Lau Fong Sai.

Considerado o último filme dos Venoms, só que sem o Lo Meng. Pelo que eu li através da internet só existe uma versão desse filme: em tela cheia, áudio original e com legendas em mandarim e inglês queimadas nele. A qualidade da imagem é extremamente ruim, comprometendo a leitura das legendas e, conseqüentemente, compromete também o entendimento da história. Parece também que House Of Traps nunca foi lançado nem nos EUA nem no Reino Unido e eu não entendo como puderam deixar passar esse filme em branco.



"Chao Kuang-jun was an honest (...) ruler/Under the guidance of his mother he gave his brother Kuang-yi the throne/Who then yielded it to his son Te-wang/But real power sat with Kuang-yi/And rumour said he killed his brother/The truth was never known, but when Kuang-yi became (...) of Sung/He drove his nephew Te Shao to suicide/Shao's son Chao (...), Prince of Hsiang Yang/Built Chung Hsiao House and plotted revolt."

Esta é a narrativa de abertura (os “(...)” indicam as partes ininteligíveis). A fim de roubar o lugar do Imperador, o príncipe de Hsiang Yang (Ngaai Fei) promove uma rebelião. Entre os aliados está Butterfly Hua (Lu Feng), que rouba um tesouro real para o príncipe como prova de lealdade. Junto com esse artefato ele guarda uns documentos comprometedores dentro da casa em questão. A Casa Chung Hsiao é repleta de armadilhas: espinhos que saem do chão, escadas que decepam os pés dos intrusos, lâminas gigantes que surgem do nada, redes...enfim, é impossível sair dali com vida.



Obviamente, os revoltosos não vão agir impunemente. O Imperador trata logo de mandar agentes para se infiltrarem na corte do príncipe e sufocarem a rebelião, entre eles Black Fox (Kuo Chui), que ganha a confiança do príncipe e passa a ter livre acesso à Casa. Fanfarrão e mal-criado, Black Fox não levanta suspeitas e divide com Butterfly Hua o título de melhor ladrão uma vez que dá de presente ao príncipe uma jóia do próprio Imperador. No final, os agentes conseguem desarmar a casa e acabar com a revolta.



Ao contrário do que o pôster indica, Sun Chien tristemente não participa das lutas, não dá nenhuma levantadinha de perna sequer. Ele é um juiz que age paralelamente aos homens do Imperador, procurando pistas para incriminar o príncipe corrupto. Ricky Cheng e Chiang Sheng aparecem depois de mais ou menos uns 50 minutos de filme disfarçados de mágicos viajantes para engrossarem o time do Imperador. Ricky Cheng utiliza em suas performances (e que performances!) um guarda-chuva, que na verdade esconde umas lâminas e tem uma espécie de furadeira na ponta. Com isso ele faz uns bons estragos nos inimigos.



House Of Traps é em si um bom filme, mas como eu disse anteriormente, a percepção fica prejudicada por causa das legendas ruins e da péssima imagem. É mais concentrado nos diálogos e as lutas, apesar de poucas, são ótimas, principalmente as encabeçadas pelos “formidáveis” Kuo Chui e Lu Feng.

Nota: 7.5 (usando as palavras de um outro resenhista, é possível que a nota aumente ao ver uma versão remasterizada desse filme. Sonhar não custa né...)


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